Nós, membros do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do
Distrital Federal participantes da Comissão Organizadora do Distrito Federal
(COD) para a IV Conferência Distrital
Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (IV CDIJMA), apresentamos esta Carta Aberta
em repúdio a fatos ocorridos durante todo o processo de construção desta
conferência.
A
IV CDIJMA é uma etapa obrigatória para a participação do DF na Conferência
Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA). A CNIJMA é uma das ações
de Educação Ambiental desenvolvida no Ministério de Educação e depende da
adesão voluntária das escolas. A conferência destaca-se por envolver jovens de
11 a 14 anos e ter um objetivo pedagógico. Nesse espaço, os jovens começam a
compreender espaços de participação democrática, além de aprofundar nos estudos
sobre problemas ambientais, especialmente em escala local, buscando propor
solucionar ou mitigar os problemas. Para participar desse processo, os jovens
devem enviar propostas de projetos elaborados pelos mesmos.
Nós,
do CJ-DF tivemos diversas dificuldades para realizar a conferência. Desde
fevereiro de 2013 temos participado das reuniões da Comissão Organizadora do
Distrito Federal (COD) de forma voluntária, por acreditar na continuidade desse
processo. Grande parte dos nossos integrantes são ex-delegados da I, II e da
III CNIJMA. O CJ-DF participou da organização e execução da II e da III CDIJMA.
Para nós, a educação ambiental é um processo contínuo e não deve ser realizado
de forma pontual.
Neste
ano, o CJ-DF responsabilizou-se pela Formação de Coordenadores Intermediários
das Gerências Regionais de Ensino (GREBs) e também da Formação de Coordenadores
e Professores de Escolas Públicas e Particulares do DF em todas as GREBs do DF.
Nesse processo fomos convidados para participar de duas conferências escolares
no DF e para realizar formação com todos os professores de uma única escola. Para
a realização das atividades preparatórias da IV CDIJMA, nós solicitamos ao NEA
transporte e alimentação.
O
CJ-DF também foi responsável por formular a metodologia de trabalho na formação
de coordenadores e professores. Nós sugerimos que essa formação fosse realizada
apenas com os professores em dois dias de trabalho. Essa sugestão foi rejeitada
por uma questão: não havia verba para tal. Nosso trabalho foi readequado às
condições dadas pela SEDF: chegávamos no local às 15 horas e precisávamos sair
às 16h30. O horário restrito foi uma de nossas dificuldades e foi definido pelo horário de trabalho dos motoristas
do GDF. Os motoristas nos informaram que só podem sair da garagem às 8 horas e
devem estar de volta às 12 horas e só podem sair novamente às 14 horas e devem
estar de volta às 18 horas. Some-se a essa dificuldade, o trânsito lento e
intenso e a distância para alguns locais. Como trabalhar em GREBs distantes com
esse horário restrito? Nossa dedicação e empenho foi altamente prejudicada pelas condições dadas pelo GDF.
Durante
as reuniões da COD fomos informados que o montante de 141 mil reais estava
aguardando liberação no processo licitatório na SEDF. De acordo com
representantes do Núcleo de Educação Ambiental, esse recurso seria utilizado
para o aluguel de espaço, transporte de professores e estudantes, alimentação e
também para o pagamento dos facilitadores.
O
CJ-DF elaborou o programa de atividades durante a IV CDIJMA previsto para ser
realizado em três dias. No dia 29 de outubro os membros do CJ-DF foram chamados
ao NEA e neste momento fomos informados que o recurso não havia sido liberado
pela SEDF. Pensando nos estudantes e professores que enviaram os projetos para
a IV CNIJMA, o CJ-DF juntamente com outros membros da COD decidiram realizar a
conferência em apenas um dia. Como realizar um evento de três dias em apenas um
dia sem perder a qualidade? Porque a licitação não foi aprovada? Acaso o
projeto foi esquecido em alguma gaveta?
Sim, a Conferência Distrital foi
realizada no dia 07 de novembro na Escola de Aperfeiçoamento de Professores
(EAPE). E no dia seguinte realizado o
Encontro Preparatório de delegados e delegadas para a IV CNIJMA. Em ambos os
casos, o evento foi realizado com zero de orçamento e nós, do CJ-DF ainda tivemos que ouvir
comentários sarcásticos, como: ‘Parabéns aos jovens, trabalhando de forma
voluntária! É isso ai!’. É isso ai, nós, bando de jovens bobos, que continuamos
acreditando no processo e nos submetendo a essas atrocidades. Nós não queremos
muito. Queremos que nosso trabalho seja valorizado e queremos acima de tudo
respeito.
Gostaríamos de acreditar que no DF há espaço para a
educação ambiental, mas a falta de apoio do governo durante as II, III e IV
CNIJMA indicam o contrário. A sociedade civil necessita de respostas. Não é
possível calar diante de tanto desrespeito e descompromisso do GDF. Não
aceitamos que a culpa seja colocada na burocracia do Estado. Esperamos
minimamente que os problemas relacionados à falta de liberação da verba
destinada à IV CDIJMA sejam apurados por meio de auditoria e que os servidores
e gestores que travaram o processo sejam responsabilizados.
Desde já, nos colocamos à disposição para
devidos esclarecimentos e aguardamos uma resposta por parte das autoridades
responsáveis no GDF.
Coletivo Jovem de Meio Ambiente –
DF