Por Michelle Midori Morimura
O Dia Mundial Sem Carro é um movimento que se
iniciou na Europa no final do século 20 e tem se espalhado por todo o mundo. O
dia 22 de setembro tem sido marcado por ações e reflexões em busca de soluções
para a mobilidade urbana em todo o mundo.
O engarrafamento e todos os transtornos
provocados por ele é uma realidade vivida por milhares de brasileiros diariamente.
A solução trazida por nossos governantes é sempre a construção de novas vias, que
suprimem vegetação, aumentam área concretada e consequentemente aumentam a média
da temperatura local. Um exemplo bastante emblemático é a Via Mangue que está
sendo construída no Recife. Para saber mais sobre a Via Mangue, clique aqui.
Além da construção de novas vias, em tempos de
crise econômica, o governo opta por reduzir o IPI dos automóveis. Se compararmos ao corpo humano, as vias são veias e artérias e os carros são
como o LDL (colesterol ruim). Uma hora essas veias entopem e teremos um
infarto. Se ao invés de entupirmos nossas veias com LDL, comermos mais
alimentos com HDL (colesterol bom), não teremos esse mesmo problema. O HDL pode
ser comparado com o transporte público. É uma gordura necessária e importante
para o organismo.
Nós podemos escolher entre uma vida longa e um
infarto. Nós podemos pressionar nossos governantes sobre a importância da melhoria
dos transportes públicos. Não é à toa que comparamos os ônibus a uma lata de
sardinha. Não é à toa que gritamos ao motorista que ele não está carregando uma
boiada. Não é à toa que a gente não aguenta mais o aumento nas passagens de
ônibus, sem que isso signifique na melhoria do transporte urbano. Nós somos
cidadãos que merecem ser tratados com todo o respeito. Sabemos o que queremos.
Queremos mais transporte público de melhor qualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário